Troquei uma DR por DP
Eu amo homens bissexuais. Mas, não, isso não é uma tara ou algum tipo de fetiche. O que eu gosto é o fato de se aventurarem em dois mundos tão diferentes, aproveitando o melhor de cada. Da aspereza à maciez, da dominação à entrega, da força à gentileza, sabendo que cada um desses aspectos pode vir de qualquer pessoa.
Não à toa, namoro com um, o Jonas. Claro que no começo me preocupei se ele não estaria comigo apenas para satisfazer expectativas sociais ou se me trocaria por um homem de uma hora para outra. O que aprendi, porém, é que não tem a ver com preferências de gênero necessariamente, mas com se entregar quando a conexão, os interesses e desejos se conectam.
Uma das vantagens de ter um companheiro bissexual é o fato do nosso grupo de amigos ser bem eclético. O Antony é um exemplo. Um cara quase impossível de decifrar, que mistura ícones de feminilidade como as unhas pintadas e cumpridas com uma barba daquelas que crescem de um jeito másculo e selvagem. Solteiro, ele nunca despertou nenhum tipo de curiosidade sexual em mim. Pelo menos não até a noite em que me vi nua, abraçada por ele e por Jonas no meio da nossa sala de estar.
Assim como acontece nas melhores aventuras eróticas, nosso enredo não foi planejado. Depois de semanas discutindo com Jonas se iríamos ou não abrir a relação (éramos monogâmicos há três anos), o tema passou a ser motivo de brigas constantes.
Sabendo que Antony sempre trazia leveza para o ambiente, o convidamos para jantar em casa. Quem sabe com uma visita no meio nós encontraríamos trégua das DR?
Sem perceber, logo estávamos diante de um interessadíssimo ouvinte, negociando prós e contras de nos relacionarmos com pessoas de fora.
Antony contou não ter muito conhecimento sobre o tema, mas compartilhou como havia sido ser parte de um trisal. Nossos olhos brilharam de interesse. Muito mais pela fofoca do que por tesão. Até que ele começou a dar detalhes de como era a vida a três, incluindo o sexo.
A conversa foi ficando explícita e cada vez mais sensual. Perguntávamos, Jonas e eu, sobre regras, combinados... enfim, sobre o que faziam para que ninguém se sentisse preterido.
Ele também nos explicou que trisal não era ménage. Quer dizer, não era uma relação que começava e terminava no sexo, ainda que essa fosse a melhor parte. Aquele comentário, sobre o sexo a três ser algo que o movia me pareceu, por alguma razão, ser um convite. Durante alguns instantes um silêncio meio constrangedor se instalou na sala, mas logo estávamos bebendo nossos vinhos e confidenciando mais experiências sexuais.
“Eu adoraria tentar um ménage”, soltei meio sem rodeios, fingindo estar mais alcoolizada do que estava de fato. Rimos juntos, sem ninguém dar continuidade ao meu comentário.
Acontece que as horas foram passando e senti que se havia uma oportunidade perfeita para transar com duas pessoas, aquele era o momento ideal. Me sentei mais próxima do Antony e passei a colocar a mão sobre sua coxa enquanto falava, tentando ver como Jonas reagiria.
Nada inocente, ele sorriu para mim de um jeito malicioso, como se estivesse aumentando as apostas, sem acreditar que eu teria coragem de seguir por esse caminho ardente.
Quando começou a tocar “Still C U” da Jessie Reyez na sala, me levantei e passei a dançar de um jeito tão sensual quanto a música. Usei meus braços para envolver minha própria cintura, como se sentisse falta de um abraço. A mensagem foi recebida.
Os dois levantaram e começaram a dançar lentamente comigo no meio. Percebi que eles estavam de mãos dadas, trocando carícias e me mantendo protegida naquele pequeno universo que estávamos criando. Jonas abriu o zíper do meu moletom, tirou minha blusa e colocou as mãos por dentro da minha regata. O frio e o tesão arrepiaram minha pele. Pude perceber como os dois estavam excitados.
Também pudera, o clima vinha se formando há horas. Eu também estava molhada, a ponto de perceber minha calcinha úmida e perfumando o ambiente. Antes do final da música já éramos três corpos nus, grudados, movendo-nos devagar e em sincronismo, tendo só a luz indireta do abajur dando forma às nossas curvas. Antony se ajoelhou atrás de mim e usando as mãos abriu minha bunda para colocar o rosto todo ali e beijar, lamber, cheirar. Na minha frente, fazendo o mesmo, estava Jonas.
Ser chupada, de pé, por dois homens ao mesmo tempo foi inebriante. Senti as pernas trêmulas e sugeri que nos deitássemos. Fomos para o quarto. Lá, Jonas se pôs na cama e pediu que eu subisse em cima dele. Seu pau deslizou para dentro de mim com facilidade e gentileza. Ele já conhecia aquele caminho. Antes que Antony pudesse pensar sobre como entrar naquele jogo eu disse: “agora você me come por trás”.
Demoramos um certo tempo para nos encaixar e demos risada disso, aproveitando a intimidade que estar entre amigo e amante proporciona. No entanto, quando finalmente Antony encontrou a posição perfeita, de joelhos em cima da cama e me penetrando ao mesmo tempo que Jonas, o riso deu lugar a gemidos, sussurros, gritos e urros. Só posso descrever a sensação como sendo uma forma de me sentir preenchida não fisicamente, mas em toda minha essência.
Meu rosto formigava, minhas mãos estavam suando e a mistura de dor e prazer era tão bem dosada quanto o sabor agridoce de uma comida suculenta. Não havia começo nem fim para nossas, pernas, pés, braços e mãos. As carícias vinham por todos os lados e eram distribuídas para todos nós. Apesar da onda louca de prazer da dupla penetração, somente consegui gozar quando eles me colocaram deitada e me chuparam juntos, se beijando enquanto entrelaçavam suas línguas com minha vulva e grandes lábios. Termino esse texto depois de um longo suspiro e o sorriso de quem já decidiu: nossa relação seguirá “fechada”. Quer dizer… quem sabe não incluímos só mais uma pessoa?
Se quiser ver outros contos semelhantes ao Troquei uma DR por DP veja a categoria Fetiche.
Deixe um comentário