Quando comi minha funcionária depois do expediente
O escritório estava em completo silêncio. A maioria dos funcionários já havia ido embora, e apenas o som distante dos carros passando na rua preenchia o ambiente. Era uma noite quente de verão, e eu estava sozinho na sala de reuniões, revisando os relatórios finais do mês.
Minha mente, no entanto, estava longe dali. Fazia semanas que eu não conseguia tirar Helena da cabeça. Ela era minha assistente há quase um ano, e desde o primeiro dia, sua presença havia despertado algo em mim. Helena era inteligente, eficiente, e, acima de tudo, incrivelmente atraente. Seus olhos tinham um brilho que me hipnotizava, e seu sorriso... Ah, aquele sorriso, era capaz de desarmar qualquer um.
Naquela noite, ela ficou até mais tarde, como fazia ocasionalmente para terminar alguns projetos. Passei pelo seu escritório, a porta entreaberta. Lá estava ela, concentrada, mordendo de leve o lábio enquanto digitava rapidamente no teclado. Ela não notou minha presença de imediato, e eu a observei por um momento, admirando o jeito como seus cabelos caíam sobre os ombros.
"Helena?", chamei suavemente. Ela levantou o olhar, surpresa, e um sorriso surgiu em seus lábios.
"Sim, senhor?", ela respondeu, com aquele tom respeitoso que sempre usava, mas desta vez havia algo diferente em sua voz. Algo... insinuante.
"Você ainda está aqui tão tarde? Não quer ir para casa?"
Ela balançou a cabeça, e eu notei que ela parecia nervosa. "Eu só queria terminar esse relatório... Mas se você quiser, eu posso ir agora."
Eu me aproximei devagar, fechando a porta atrás de mim. "Não, por favor. Fique. Na verdade, eu queria falar com você sobre uma coisa..."
Ela se endireitou na cadeira, olhando para mim com expectativa. Eu me sentei na borda da mesa dela, perto o suficiente para sentir o calor que emanava de seu corpo. "Tenho notado o quanto você tem se dedicado ao trabalho. E eu aprecio muito isso, Helena. Mas queria saber... se há algo mais que você gostaria de compartilhar comigo."
Seus olhos encontraram os meus, e pude ver uma faísca de desejo neles. "Na verdade, há algo que eu quero há muito tempo...", ela disse, sua voz um sussurro. "Algo que eu tenho medo de confessar."
Meu coração acelerou. Eu sabia para onde aquilo estava indo, e minha mente já estava lá, muito antes do resto do meu corpo. "E o que seria?", perguntei, minha voz saindo mais baixa do que eu esperava.
Ela se levantou lentamente, fechando a distância entre nós. "Eu quero você", ela disse finalmente, sua voz firme. "Eu quero você, aqui e agora."
Meu corpo respondeu antes que minha mente pudesse processar. Em um movimento rápido, eu a puxei para mais perto, e nossos lábios se encontraram em um beijo profundo e faminto. Senti suas mãos me puxarem para mais perto, os dedos se enroscando no meu cabelo, enquanto eu explorava cada curva de seu corpo com as minhas.
As horas se desfizeram enquanto nos perdíamos um no outro, o calor aumentando e as respirações se tornaram mais pesadas. Eu a deitei suavemente sobre a mesa, sentindo seu corpo tremer debaixo do meu enquanto deslizava minhas mãos por suas costas, puxando-a ainda mais para mim.
Nosso desejo tomou conta, e naquele escritório silencioso, em meio à escuridão, nos entregamos completamente ao que ambos desejávamos há tanto tempo.
Quando finalmente nos separamos, ambos ofegantes e satisfeitos, ela sorriu para mim com um brilho nos olhos que nunca tinha visto antes. "Acho que esse foi o melhor relatório que já entreguei", ela brincou, e eu não pude deixar de rir.
"Sem dúvida", eu respondi, puxando-a para mais perto novamente. "E quero ver muito mais do seu trabalho daqui para frente."
O riso entre nós dois ecoou pelo escritório vazio, quebrando o silêncio que antes era preenchido apenas pelo som de nossas respirações pesadas. A sala estava mergulhada em penumbra, iluminada apenas pelas luzes da cidade que entravam pelas janelas. Eu senti o coração desacelerar aos poucos, mas meu corpo ainda estava quente e desperto, pulsando com a adrenalina do momento que acabávamos de compartilhar.
Helena se acomodou em meus braços, a cabeça repousando no meu peito, enquanto seus dedos traçavam desenhos invisíveis em minha pele. Eu não sabia o que dizer. Uma parte de mim se perguntava se havíamos cometido um erro, misturando trabalho com prazer, mas outra parte — uma parte mais selvagem e menos racional — sabia que não conseguia me arrepender.
"Eu não consigo acreditar que isso finalmente aconteceu," Helena sussurrou, quebrando o silêncio confortável que havia se instalado entre nós. Seus olhos me encontraram, e eu pude ver um misto de surpresa e felicidade neles.
"Eu também não," admiti, minha voz ainda um pouco rouca. "Mas não me entenda mal... Não quero que isso seja apenas um momento perdido no tempo. Eu quero mais, Helena. Muito mais."
Ela sorriu, e eu vi um brilho de malícia e expectativa em seus olhos. "Eu também quero, mas... o que isso significa para nós? Para o trabalho?"
Eu sabia que essa pergunta viria eventualmente. O dilema entre manter um ambiente profissional e seguir o que nossos corações — e corpos — queriam. "Significa que vamos precisar ser cuidadosos," eu disse, acariciando sua bochecha. "Mas também significa que não vou conseguir olhar para você da mesma forma daqui para frente."
Ela riu suavemente. "Eu também não. Acho que não vou conseguir olhar para aquela mesa de novo sem pensar no que acabamos de fazer."
A ideia fez um sorriso surgir em meu rosto. "Talvez precisemos de um novo local para as próximas reuniões, então," brinquei, e ela riu, se levantando da mesa com um gracejo leve.
"Talvez," ela respondeu, ajustando a blusa e alisando a saia, tentando recompor a aparência. "Mas eu adoraria ver onde mais você me levaria depois do expediente."
Eu a observei se recompor, admirando cada movimento gracioso. "Helena, posso ser sincero com você?"
Ela olhou para mim, seus olhos brilhando sob a luz fraca. "Claro."
"Eu não sei onde isso vai dar. Só sei que não quero que seja a última vez."
Ela sorriu, um sorriso que fez meu coração bater mais rápido. "Eu também não quero. Mas vamos fazer isso direito. Não precisamos de pressa. E eu... confio em você."
Aquelas palavras aqueceram meu coração. Era um novo território, um campo de incertezas e emoções fortes. Mas enquanto Helena me olhava com aquele olhar cheio de promessas, eu sabia que, independentemente dos desafios à frente, estava pronto para encarar qualquer coisa ao lado dela.
E naquela noite, enquanto nos despedíamos com um último beijo suave e promessas de um amanhã incerto, o escritório nunca pareceu tão vivo, tão cheio de possibilidades. Eu sabia que nossas vidas estavam prestes a mudar, e eu estava ansioso para descobrir o que o futuro nos reservava.
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